Montanhismo e Gestalt-terapia: aproximando práticas

Os benefícios da prática de atividades ao ar livre são vastos, especialmente quando envolvem encarar as próprias habilidades e limites. O montanhismo é, sem dúvida, uma dessas atividades. Ao combinar um contato profundo com a natureza com desafios físicos consideráveis, como a escalada de picos elevados e a passagem por terrenos acidentados, a atividade também exige uma força mental e emocional substancial para lidar com o desconhecido e superar obstáculos que podem parecer intransponíveis.

Este livro apresenta entrevistas realizadas com praticantes de montanhismo, buscando compreender quais são os principais aprendizados que adquirem ao subir e descer montanhas, paredões de rochas, paredes de gelo e outras formações naturais. Os depoimentos colhidos pelo autor deixam evidente que, ao refletir sobre a própria prática, os montanhistas observam as superações de limites na escalada e, como consequência, o desenvolvimento de habilidades que trazem melhoras notáveis em outros aspectos da vida.

A disciplina, a paciência e a capacidade de permanecer calmo sob pressão são qualidades que, uma vez fortalecidas nas montanhas, permeiam outras áreas do cotidiano, melhorando a qualidade de vida de quem pratica o montanhismo.

Em um ambiente de pressão mental intensa, expande-se o conhecimento sobre si e sobre os outros, e são instigadas importantes evoluções pessoais. Daí resulta, como demonstra este livro, o contato entre a prática do montanhismo e a Gestalt-terapia. Para o autor, a busca pelo autoconhecimento, o contato íntimo com a natureza e a evolução pessoal proporcionados pela prática do montanhismo colocam o indivíduo em posições privilegiadas para conhecer melhor a si mesmo e aos outros, atingindo uma relação mais harmoniosa e consciente entre si e o mundo que o cerca.

Aqueles que se aventuram nas montanhas, muitas vezes, descobrem não só seus limites físicos, mas também um crescimento interior significativo, uma ampliação da compreensão sobre o próprio potencial e uma transformação profunda em sua visão de vida.

Montanhismo e Gestalt-terapia: aproximando práticas
Ezequiel Lopes da Rosa
40 páginas
ISBN: 978-65-86008-39-5
Sarita Livros

A morte na literatura infantojuvenil: diálogos e reflexões

Por muito tempo, a literatura destinada aos pequenos e jovens leitores foi considerada subliteratura, e os estudos sobre ela foram colocados em segundo plano. Apesar do percurso que a literatura infantojuvenil (LIJ) traçou para chegar a sua ascensão, os estudos literários acerca dessa modalidade necessitam ser ampliados. Por esse motivo, esta pesquisa visa a analisar as obras de dois grandes nomes da literatura infantojuvenil contemporânea espanhola e brasileira, respectivamente, Gustavo Martín Garzo e Lygia Bojunga, em um viés comparatista, sobretudo no que tange ao tema morte, pois ambos escritores retratam o assunto citado de forma naturalizada em suas composições narrativas.

Nesse âmbito, esta pesquisa baseia-se nos princípios comparatistas por acreditar que o ato de comparar é muito mais do que uma metodologia, ou seja, faz parte da rotina do homem: a comparação está tão enraizada na vida diária que existe até uma figura de linguagem homônima própria para este fim. Na literatura, a comparação assume papel primordial ao possibilitar que obras possam ser observadas sobre diferentes vieses, como exemplo, uma única obra pode ser analisada por meio de abordagens históricas, filosóficas, políticas, culturais, psicológicas, sociológicas, entre outras. Também pode ocorrer a comparação de obras de diferentes autores de nacionalidades distintas ou não, a fim de encontrar semelhanças ou diferenças entre suas produções.


A morte na literatura infantojuvenil: diálogos e reflexões
Gisele Almeida da Luz
e-book
ISBN: 978-65-86008-37-1
Sarita Livros

Pode Estamira falar?

Analisa a representação de Estamira, personagem principal no documentário homônimo de Marcos Prado, lançado em 2006, visando responder, num contexto concreto e específico, a questão ou problema teórico elaborado por Gayatri Spivak (2010) em seu clássico estudo sobre o discurso intelectual e a possibilidade de voz das populações marginalizadas. Se Spivak lançava a pergunta “pode o subalterno falar?”, aqui, a tentativa será a de responder se, através de uma representação fílmica, pode Estamira falar.

Além do clássico de Spivak, o referencial teórico discutirá ainda determinadas especificidades do gênero documentário e sua estreita vinculação entre ficção e realidade, bem como as contribuições teóricas de Michel Foucault (2009) relacionadas à vida dos homens infames e a existência do seu discurso condicionada às situações de cruzamento com o poder.

Minha leitura da situação discursiva de Estamira, portanto, busca problematizar a possibilidade do intelectual, aqui na figura do cineasta, de dar voz ao subalterno através de suas produções e representações. Respondendo afirmativamente tal questão, o artigo se conclui, contudo, considerando que o discurso da mulher Estamira dispensa a análise ou a tentativa de racionalização do intelectual/cineasta para adquirir sua força, dado que a descontinuidade da sua fala é justamente o que revela as tensões do cruzamento do sujeito com o poder.


Pode Estamira falar?: o cinema documentário brasileiro e a voz do sujeito subalterno
Marco Aurélio de Souza
ebook
ASIN: B0CT97JNHP
Sarita Livros