Cine Especial – Saberes ancestrais, galeria de fotos

No dia 14 de março, o Cine Via Sete recebeu o evento “Cine Especial – Saberes Ancestrais”, promovido pelo Café Paulo Freire com o apoio da vereadora Mariana Carlos, além do suporte de Saia Rodada, Sarita Livros e Cine Via Sete.

Foram exibidos os documentários “A Plantadeira” (10 min), produzido em Garopaba/SC, com a presença da produtora Fátima Magalhães, e “Quicumbi em Cachoeira do Sul” (20 min), com a participação da produtora Nathaly Weber.

Durante o evento, também ocorreu o pré-lançamento do livro digital “A Cura Através dos Tempos“, de Mariana Carlos. Após as exibições, houve um bate-papo mediado por Mirela Kruel, proporcionando um espaço para troca de saberes e reflexões sobre as temáticas abordadas.

Todos os projetos foram contemplados pelos Editais Municipais da Lei Paulo Gustavo, com investimento do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

Entrada franca.


Fotos gentilmente cedidas pela artista/fotógrafa Amanda Prestes.

Pode Estamira falar?

Analisa a representação de Estamira, personagem principal no documentário homônimo de Marcos Prado, lançado em 2006, visando responder, num contexto concreto e específico, a questão ou problema teórico elaborado por Gayatri Spivak (2010) em seu clássico estudo sobre o discurso intelectual e a possibilidade de voz das populações marginalizadas. Se Spivak lançava a pergunta “pode o subalterno falar?”, aqui, a tentativa será a de responder se, através de uma representação fílmica, pode Estamira falar.

Além do clássico de Spivak, o referencial teórico discutirá ainda determinadas especificidades do gênero documentário e sua estreita vinculação entre ficção e realidade, bem como as contribuições teóricas de Michel Foucault (2009) relacionadas à vida dos homens infames e a existência do seu discurso condicionada às situações de cruzamento com o poder.

Minha leitura da situação discursiva de Estamira, portanto, busca problematizar a possibilidade do intelectual, aqui na figura do cineasta, de dar voz ao subalterno através de suas produções e representações. Respondendo afirmativamente tal questão, o artigo se conclui, contudo, considerando que o discurso da mulher Estamira dispensa a análise ou a tentativa de racionalização do intelectual/cineasta para adquirir sua força, dado que a descontinuidade da sua fala é justamente o que revela as tensões do cruzamento do sujeito com o poder.


Pode Estamira falar?: o cinema documentário brasileiro e a voz do sujeito subalterno
Marco Aurélio de Souza
ebook
ASIN: B0CT97JNHP
Sarita Livros

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